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Procura por sarcedócio cresce 79% em Fortaleza

0702cd0210 Romário Soares, 21, encaminha-se para ser padre mesmo tendo declarado nunca ter tido vontade de exercer o sacerdócio. O jovem integra, hoje, uma turma de 24 novos seminaristas de Fortaleza. O número é 79% maior que o total do grupo que começou o seminário no ano passado e, segundo o padre Rafhael Maciel, reitor do seminário, deixa a Arquidiocese de Fortaleza entre as cinco do Brasil que mais acolheram candidatos ao sacerdócio no decorrer dos últimos anos.

A alternância de papas na liderança católica é considerada fator importante para a aproximação dos jovens com a Igreja. Tanto é que, para padre Rafhael, a grande procura pelo seminário este ano tem a ver com “o reflexo do tempo do papa Francisco”. O papado de Bento XVI também teve influência nas vocações ao resgatar “a liturgia”. Avalia o sacerdote.

Mesmo confessando ter passado boa parte da vida distante da igreja católica, o seminarista Romário Soares lembra que foi em 2011, numa participação casual no Festival Halleluya, que sentiu o chamado de Deus para se aproximar da igreja. “Eu não ia às missas. Vivia como um católico não praticante. Dos meus amigos, alguns eram da igreja, então eles me convidaram para participar (do Halleluya) e fui. Lá, tive a experiência”, relata. No festival, o que chamou atenção do rapaz foram as músicas e os testemunhos.

Diante de uma sociedade que se mostra cada vez mais efêmera, em que o imediatismo passa a ter forte influência na rotina dos jovens, muitos dos que escolhem ser sacerdote têm ciência de que estão optando por um estilo de vida diferente do vivido pela maioria dos rapazes dessa idade. “Isso demonstra que, de algum modo, não só esses jovens, mas muitos outros desejam dar um sentido à própria vida que não é passageiro”, acredita padre Rafhael.

Ao mesmo tempo, em alguns casos, há quem desista do processo de formação sacerdotal. A porcentagem é pequena, afirma padre Rafhael. E deve-se considerar, ainda, que alguns dos que abandonam a formação decidem voltar depois. “Pode ser que, no processo, o rapaz perceba que (o seminário) não era aquilo que ele imaginava que fosse”.

Celibato

Romário tinha uma namorada quando decidiu se tornar padre. O romance durou cerca de um ano, até que “sentiu uma coisa mais forte” que o fez pensar e decidir seguir a vocação. “No começo foi muito difícil, tanto para mim quanto para ela, que não aceitou. Mas o chamado de Deus é maior e nós precisamos respondê-lo”, narra. A vontade de ser pai e de formar família não passou, mas, a partir de agora, é compreendida pelo jovem como algo que transcende a natureza biológica. “Quero ser o pai espiritual de muitos, coisa que em um matrimônio eu não conseguiria”.

Situação parecida acontece com Felipe Gomes, 22, que se considera pai de muitas outras pessoas. “A Igreja pede que a gente viva em celibato, então nós temos que ser solteiros pelo resto da vida. E ser santo, sacerdote, é ser puro. Uma água pura é uma água sem mistura. E um cara sem mistura é exatamente o que ele é: imagem e semelhança de Deus”, acredita. Mas Felipe diz outra vocação. “Deus também me chama a ser esposo, a ser pai, eu sinto isso. Um dia, me senti emocionado quando um jovem (do grupo ao qual pertence, em Maracanaú) chegou e me chamou de pai. Naquele momento, percebi que posso ser pai. Nasci para ser pai de muita gente”, contou Felipe Gomes.

Perfil

Muitos dos novos candidatos ao sacerdócio em Fortaleza são universitários, graduados ou pós-graduados. O psicólogo, e novo seminarista, Jairo Gonçalves, 23, acredita que o estudo deve contribuir para a missão na igreja Católica. “A profissão e, e especialmente o estudo da psicologia, nos traz um conhecimento para a vida. É algo que está me ajudando no discernimento vocacional e deve ajudar tantos outros que me estiverem próximos”, reconhece Jairo.

Fonte: http://www.opovo.com.br/

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